quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Descubra o caminho que o leite percorre da propriedade rural ao supermercado

Havia uma procedente expectativa sobre como o coitado do produtor receberia um banho de leite diante do frio de 9ºC que se abatia ao final da tarde de terça-feira em Esteio.
A honra é reservada ao vencedor do concurso leiteiro e, por isso, o produtor Itamar Tang e a filha Gabriela enfrentaram a tradição meio a contragosto, mas com algum desprendimento.
Receberam uma enxurrada de 30 litros sobre o lombo, não sem antes Gabriela, 12 anos, esperta, providenciar uma capa de chuva.
Para aliviar a situação, o dito leite estava morno. O problema é que, um minuto depois, não há humano que suporte permanecer com a roupa molhada.
— Já estamos acostumados com o banho — disse Itamar, sem querer se gabar, mas porque sua propriedade, a Granja Tang, de Farroupilha, levantou este ano o terceiro concurso consecutivo.
O banho de leite não é exatamente de leite. Para não pegar mal por desperdício, os produtores utilizam um mínimo de leite, corante e muita água. O importante é manter o simbolismo da reverência à produção abundante.
A vaca vencedora, a Cometa, uma estreante no parque Assis Brasil, produziu 75 litros de leite em cinco ordenhas. Sua produção em Esteio é a mesma de casa. Na granja, o leite é mantido em um resfriador, antes de ser recolhido na propriedade pela indústria. Da fábrica, após a pasteurização e o envasamento, o leite chega a uma distribuidora, que se encarrega de encaminhá-lo ao supermercado, à padaria, enfim, ao comércio.
— O caminho do leite até a mesa das pessoas começa lá na hora da ordenha, que hoje é 90% mecânica — conta Jorge Rodrigues, produtor de Santo Augusto e diretor da Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando).
Mesmo o pequeno produtor lá do interior da Serra faz ordenha mecânica. Geralmente a ordenhadeira é de pequeno porte e custa cerca de R$ 3 mil, mais os R$ 2 mil do resfriador. Esse gasto garante higiene e evita perda de tempo, como à época da ordenha manual.
Vaca de concurso tem de mostrar serviço. Começa na Expoleite, em maio, e fecha o ciclo na Expointer. Quando o animal é escolhido o melhor da raça no julgamento e, ao mesmo tempo, levanta o concurso leiteiro, dá-se a ele o título de Suprema Exceleite, uma derivação bem-humorada criada pelos produtores de holandês. O julgamento da raça ocorre hoje em Esteio.
Já ontem foi dia de trabalho para as estrelas do gado jersey, cujo julgamento ocorreu em meio ao pavilhão do gado leiteiro. Numa pista aconchegante, com os produtores acomodados em volta, os jurados apontaram os melhores da raça, conhecida pela qualidade do leite, com alto grau de proteína e maior valor de mercado.
— Só não temos banho de leite. Está muito frio — brincou Cláudio Nery Martins, presidente da associação dos criadores da raça jersey no Estado. 
Fonte: Zero Hora

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