As
suspeitas da Polícia Civil de que estaria vivo um bebê nascido em
abril, em Santiago, e que foi declarado morto à época,
ganhou força nesta segunda-feira a partir de um novo depoimento da própria mãe,
uma jovem de 25 anos.
A
mulher depôs na 2ª delegacia da Polícia Civil de Porto Alegre e confessou ter saído de casa logo
depois de dar à luz, deixando o bebê vivo no chão de um quarto, sobre um
lençol. Ao retornar, horas depois, a criança havia sumido.
A
polícia e o Ministério Público investigam se a criança foi adotada por
moradores de Santiago. Até domingo, a mãe sustentava que o bebê estava morto, e
que ela havia jogado o corpo no vaso sanitário e puxado a descarga.
No depoimento desta segunda-feira, a mulher disse que deu essa versão por ter sido "muito pressionada pela polícia" de Santiago. Ela disse a ZH que policiais a acusavam de ter matado o bebê e ela, por não saber como justificar a falta do corpo, inventou a versão.
Veja também: Suposto esquema de adoção em Santiago na mira do MP
A jovem foi trazida para Porto Alegre na manhã de ontem pelo advogado contratado para defendê-la da acusação de ter matado o recém-nascido. Ela foi levada ao escritório do advogado Leudo Costa, que vinha acompanhando o caso à distância. Foi Leudo que a encaminhou para depor na 2ª DP.
No depoimento desta segunda-feira, a mulher disse que deu essa versão por ter sido "muito pressionada pela polícia" de Santiago. Ela disse a ZH que policiais a acusavam de ter matado o bebê e ela, por não saber como justificar a falta do corpo, inventou a versão.
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A jovem foi trazida para Porto Alegre na manhã de ontem pelo advogado contratado para defendê-la da acusação de ter matado o recém-nascido. Ela foi levada ao escritório do advogado Leudo Costa, que vinha acompanhando o caso à distância. Foi Leudo que a encaminhou para depor na 2ª DP.
O
depoimento durou duas horas e meia. Por entender que sua cliente corre riscos
em Santiago, Leudo vai mantê-la na Capital. Ele também solicitará à chefia da
Polícia Civil que transfira a investigação para Porto Alegre, já que em
Santiago não há delegacia especializada em assuntos de criança.
A
mulher também reconheceu na 2ª DP, por foto, um homem que teria conversado com
ela na noite do nascimento, quando ela saiu da casa da mãe e foi até a sua
residência, onde pegaria roupas. O homem estaria indo visitar uma pessoa que
mora nos fundos da casa da jovem e pode ter sido quem pegou o bebê.
A
mulher contou no depoimento que quando estava na residência, entrou em trabalho
de parto, tendo o bebê no chão do quarto. Ela afirma que depois disso saiu da
casa, deixando o recém-nascido sozinho, e voltou para a casa da mãe. Ela
detalhou na 2ª DP que ao deixar a casa "encostou um fogão na porta dos
fundos e saiu pela porta da frente, trancando com chave."
Isso
teria ocorrido na madrugada do dia 11 e ela teria retornado ao local por volta
das 10h30min da manhã, constatando que a criança sumira. Antes de depor na
Capital, a mulher disse a Zero Hora não saber explicar o motivo de ter
abandonado o recém-nascido.
_
Tenho outros filhos, todos nasceram no hospital. Não sei o que me deu _
disse.
A
jovem também admitiu que não fez pré-natal, pois tentava esconder a gravidez de
vizinhos:
_
Iam falar que a outra (a filha de um ano e dois meses) nem tinha crescido e eu
já estava grávida de novo.
Foi
pelo fato de ter escondido a gravidez que ela também teria evitado falar sobre
o nascimento e o sumiço. A mulher foi chamada pela polícia em Santiago depois
de vizinhos denunciarem que uma criança havia nascido e teria sido morta. A
jovem, que não trabalha e recebe R$ 230 mensais do bolsa-família, tem filhos de
10, de oito, de quatro, de dois e de um ano e dois meses.
O
fato dela ter aparecido com dinheiro para contratar um advogado em Santiago
para defendê-la da acusação de ter matado a criança chamou a atenção da
polícia. Ela teria gasto R$ 3 mil com a defesa. Para ZH, ela disse ontem que
foram R$ 1,5 mil, oriundos de um empréstimo bancário feito por sua mãe, que
também não trabalha.
Fonte: ZERO HORA