Nem só de lendas vivem as sucuris no Rio Grande do Sul. Um grupo de
pesquisadores tem estudado e registrado a presença da sucuri amarela (Eunectes
notaeus) na região de São Borja, e acredita que a espécie já tenha se
estabelecido no Estado.
– O Doutor Thales de Lema fez a descrição das serpentes
em seu livro e em um artigo, mas em 2004, pesquisadores pediram a retirada
destas publicações por falta de dados – explica o biólogo Guilherme
Santos.
A sucuri amarela mede de 2 a 4 metros de comprimento e
mata as presas sufocadas ou afogadas.
Santos, De Lema e mais dois cientistas da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM) e uma pesquisadora da Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) assinam um artigo publicado recentemente, em que relatam o monitoramento
de uma população estabelecida da espécie na região de São Borja. Desde 2010,
registraram oito serpentes.
– Acreditamos que ela esteja estabilizada – afirma
Santos, que diz já ter encontrado filhotes da grande serpente.
Apesar disso, Santos nota que a sucuri-amarela é considerada
de "ocorrência acidental" no Rio Grande do Sul, ainda não sendo
aceita como uma espécie nativa da região.
Em 2009, uma sucuri de outra espécie, Eunectes
murinus, foi capturada
em Uruguaiana, mas especialistas disseram acreditar
que ela havia sido trazida por traficantes de animais e solta na Fronteira.
Fonte: Zero Hora