segunda-feira, 6 de maio de 2013

RS está no topo do desarmamento no país

Um balanço do Ministério da Justiça aponta que o Rio Grande do Sul está entre os Estados que mais entregaram armas de fogo nos quatro primeiros meses deste ano, atrás apenas da Bahia e de Alagoas. Com base em dados da terceira campanha nacional de desarmamento, iniciada em 2011, os gaúchos são os que mais entregaram armamentos, proporcionalmente à população.
O recuo do Estado em 2013, se comparado com os números acumulados desde o início da campanha Tire uma Arma do Futuro do Brasil, não é motivo de preocupação, avalia o secretário-adjunto da Segurança Pública, Juarez Pinheiro. Para ele, o período analisado é restrito, e os dados precisam ser analisados como um todo. Desde o início da nova campanha (as outras ocorreram em 2003 e 2008), o Estado aparece no topo da lista, com mais de 8,5 mil armas entregues.
O número, ressalta Pinheiro, mostraria uma mudança de comportamento dos gaúchos a respeito do tema. No referendo sobre a proibição da venda de armas em território nacional, o Rio Grande do Sul foi o Estado com maior rejeição à iniciativa — 86,83%, enquanto a média nacional foi de 63,94%.
— Duas razões nos levaram a esta liderança. A primeira é que houve uma releitura da sociedade, de que possuir uma arma de fogo não traz mais segurança para a pessoa, ao contrário, traz mais risco à vida. A segunda é porque nós fizemos uma grande rede entre delegacias e quartéis da Brigada Militar, além da Polícia Federal, para receber as armas. Nós temos 231 pontos — afirma o secretário-adjunto, lembrando que episódios como o massacre em uma escola em Realengo, no Rio, em abril de 2011, provocaram uma reflexão sobre a atitude de ter uma arma de fogo em casa.
Êxitos da atual campanha são atribuídos, entre outros fatores, ao anonimato de quem faz a entrega, à inutilização do equipamento no momento em que é deixado em um posto de coleta e à rapidez em que se recebe a indenização.
Apesar de preocupante, o número de armas legais que vão parar nas mãos da criminalidade não é o único foco da campanha. Os acidentes domésticos ajudam a fazer do Brasil o país que mais mata por arma de fogo no mundo. A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, afirma que as famílias são instigadas a refletir sobre o perigo de ter arma em casa e que o fim de muitas discussões poderia ser pacífico.
— O cidadão brasileiro vem respondendo ao debate da cultura de paz se desarmando. Os números ascendentes de entrega de armas nos últimos seis meses refletem essa disposição — avalia a secretária.
Os números
— 627.725 armas foram entregues no Brasil desde 2004
— 74.865 foram recolhidas desde 2011, ano em que começou a terceira campanha do desarmamento
— 8.593 armas foram entregues no RS entre maio de 2011 e fevereiro de 2013
Fonte: Zero Hora 


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