sexta-feira, 24 de maio de 2013

Anomalia na soja preocupa produtores


Quando olhava a propriedade de 1,8 mil hectares de soja antes da colheita, Lauro Springer, 50 anos, enxergava uma mancha em um quinto da lavoura cultivada em Pantano Grande. Eram plantas verdes, maiores que as comuns e com vagens frágeis. Nos últimos dias, em vez de retirar os grãos, apenas passou o trator para destruí-las.
— Meu pai já era produtor e eu cresci nesse meio, mas nunca vi nada igual ou parecido — relata Springer, que colheu "o que deu" na lavoura atingida.
O prejuízo estimado passa de R$ 1 milhão. No entanto, o que mais preocupa o produtor é não saber o que causou o abortamento das flores, impedindo a formação de vagens e grãos. Por causa disso, ocorre redução da produtividade e da qualidade da soja produzida em suas terras.
A resposta à dúvida de Springer vem sendo perseguida por universidades, órgãos públicos e agrônomos de instituições privadas. Especialistas já estiveram na propriedade do Vale do Rio Pardo e ninguém soube dar o diagnóstico. Um fitopatologista da Secretaria da Agricultura foi até a lavoura do produtor e coletou as plantas, enviadas para análise em laboratório da Embrapa em São Paulo. Casos parecidos ocorreram em Mato Grosso, Maranhão e Pará. O material também foi para a Embrapa.
De acordo com a Emater, há informações de que mais lavouras gaúchas apresentaram os mesmos sintomas. Mas houve confirmação apenas em duas localizadas em Pantano Grande e uma em Ibirubá.
— Estão chamando de soja louca 2, mas ainda não sabemos se é a mesma coisa ou qual o agente causador — diz o chefe da divisão de produção vegetal da Secretaria da Agricultura, José Candido Motta, referindo-se a um problema anterior semelhante.
Diagnóstico ainda sem data marcada
A mais de 250 quilômetros de Pantano Grande, em Ibirubá, o agricultor Adilson Dalmolin lamenta a perda de 40 hectares da sua plantação. O prejuízo é estimado em R$ 120 mil.
— Fiz tudo certinho, como recomendado, em toda a minha propriedade, que tem 430 hectares. Não entendo porque só uma parte deu problema — questiona Dalmolin.
Não há previsão sobre quando o material coletado terá diagnóstico. Os pesquisadores querem cruzar informações com outros Estados. A recomendação é de que os produtores fiquem atentos aos sintomas.
— Estamos fazendo o possível para descobrir do que se trata. Mas é difícil, pois não sabemos se o problema está na semente, no solo ou em algum produto aplicado — afirma José Candido Motta, da Secretaria da Agricultura.

Fonte: ZERO HORA

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