A partir desta quarta-feira, a paisagem do Cais Mauá, em Porto Alegre, mudará. Até o
início da tarde, quem voltar os olhos para o Guaíba, na região da
rodoviária, deixará de ver a carcaça do navio Bernardino
Caballero — que ficou atracado no porto por mais de 15
anos, ao lado da embarcação José
Felix Estigarribia.
De origem paraguaia, os
graneleiros ocupavam um espaço considerado operacional pelaSuperintendência
de Portos e Hidrovias (SPH) na Capital, além de poluírem
visualmente um dos acessos à cidade. O diretor-superintendente da SPH,
Pedro Homero Flores Obelar, considera o momento muito importante.
— Vencemos uma batalha de 15 anos. É um espaço que estamos recuperando. Estamos abandonando a imagem antiga do porto, de pouca utilização e pouca movimentação — afirma.
Segundo Obelar, as embarcações não devem ficar no porto, elas devem parar, desembarcar e partir, a fim de permitir que o fluxo de navios no local. O superintendente ressalta que a retirada das embarcações permite o prosseguimento do processo de modernização do porto
Comprados em leilão pela empresa Rio Sul Comércio de Aros e Metais em março do ano passado, os navios foram desmontados em um longo processo de desmanche, acompanhado de perto pela SPH. Segundo Ricardo Souza, proprietário da empresa, a sucata retirada das embarcações foi vendida a siderúrgicas para reaproveitamento.
— Foram cerca de 5 mil toneladas de ferro retiradas de ambos. Restaram os cascos, que a gente está transformando em chatas que devem trabalhar como balsas, provavelmente na região sul do Estado. A gente aluga essas embarcações para a Petrobras e outras firmas para transportar mercadorias — explica o empresário.
O casco do Estigarribia já está em Triunfo, onde é recuperado e preparado em um estaleiro. Já o Caballero será rebocado até o estaleiro Vitória, na mesma cidade. A previsão de Souza é de que a viagem demore cerca de cinco horas Rio Jacuí acima.
Para Edemar Tutikian, coordenador do Gabinete de Assuntos Especiais da prefeitura dePorto Alegre, a retirada do navio é muito importante para a cidade, pois facilita a implementação do projeto de revitalização do cais, entregue por empreendedores ao prefeito José Fortunati no início de abril.
— O governo do Estado está de parabéns por possibilitar a retirada destes navios. Sobre o projeto que nos foi entregue, estamos na fase final de avaliação do projeto apresentado e em breve a sociedade terá novidades — afirmou o coordenador.
Longa novela
— Os navios paraguaios Mariscal José Felix Estigarribia e General Bernardino Caballero foram leiloados em março de 2012 por R$ 367 mil e R$ 645 mil, respectivamente.
— O casco do Estigarribia foi retirado do porto em janeiro deste ano.
— As embarcações trabalhavam na linha de navegação do Mercosul e pertenciam a uma empresa estatal do Paraguai.
— Ainda restará o navio Filippos no local, mas segundo a SPH o graneleiro está com os documentos em dia e a empresa que o comprou foi notificada sobre a necessidade de retirá-lo da doca.
— Em 1997, quando ambos ficaram retidos no cais após inspeção de rotina da Marinha do Brasil, que encontrou falhas no sistemas de segurança das embarcações.
— O acúmulo das dívidas portuárias chegou a R$ 5 milhões, até que, em junho de 2011, o então presidente do Paraguai Fernando Lugo doou os navios ao governo gaúcho em troca da dívida contraída.
— Vencemos uma batalha de 15 anos. É um espaço que estamos recuperando. Estamos abandonando a imagem antiga do porto, de pouca utilização e pouca movimentação — afirma.
Segundo Obelar, as embarcações não devem ficar no porto, elas devem parar, desembarcar e partir, a fim de permitir que o fluxo de navios no local. O superintendente ressalta que a retirada das embarcações permite o prosseguimento do processo de modernização do porto
Comprados em leilão pela empresa Rio Sul Comércio de Aros e Metais em março do ano passado, os navios foram desmontados em um longo processo de desmanche, acompanhado de perto pela SPH. Segundo Ricardo Souza, proprietário da empresa, a sucata retirada das embarcações foi vendida a siderúrgicas para reaproveitamento.
— Foram cerca de 5 mil toneladas de ferro retiradas de ambos. Restaram os cascos, que a gente está transformando em chatas que devem trabalhar como balsas, provavelmente na região sul do Estado. A gente aluga essas embarcações para a Petrobras e outras firmas para transportar mercadorias — explica o empresário.
O casco do Estigarribia já está em Triunfo, onde é recuperado e preparado em um estaleiro. Já o Caballero será rebocado até o estaleiro Vitória, na mesma cidade. A previsão de Souza é de que a viagem demore cerca de cinco horas Rio Jacuí acima.
Para Edemar Tutikian, coordenador do Gabinete de Assuntos Especiais da prefeitura dePorto Alegre, a retirada do navio é muito importante para a cidade, pois facilita a implementação do projeto de revitalização do cais, entregue por empreendedores ao prefeito José Fortunati no início de abril.
— O governo do Estado está de parabéns por possibilitar a retirada destes navios. Sobre o projeto que nos foi entregue, estamos na fase final de avaliação do projeto apresentado e em breve a sociedade terá novidades — afirmou o coordenador.
Longa novela
— Os navios paraguaios Mariscal José Felix Estigarribia e General Bernardino Caballero foram leiloados em março de 2012 por R$ 367 mil e R$ 645 mil, respectivamente.
— O casco do Estigarribia foi retirado do porto em janeiro deste ano.
— As embarcações trabalhavam na linha de navegação do Mercosul e pertenciam a uma empresa estatal do Paraguai.
— Ainda restará o navio Filippos no local, mas segundo a SPH o graneleiro está com os documentos em dia e a empresa que o comprou foi notificada sobre a necessidade de retirá-lo da doca.
— Em 1997, quando ambos ficaram retidos no cais após inspeção de rotina da Marinha do Brasil, que encontrou falhas no sistemas de segurança das embarcações.
— O acúmulo das dívidas portuárias chegou a R$ 5 milhões, até que, em junho de 2011, o então presidente do Paraguai Fernando Lugo doou os navios ao governo gaúcho em troca da dívida contraída.
Fonte: ZERO HORA