quarta-feira, 15 de maio de 2013

Depois da fraude, preço do litro de leite dispara

O leite se tornou indigesto até para o bolso dos gaúchos. Depois que o Ministério Público apontou presença de água, ureia e formol – nesta terça-feira, também foram confirmados coliformes fecais –, o preço do litro do longa vida subiu 4,18% na Capital.
Em sete dias, o preço médio do leite saltou de R$ 2,15 para R$ 2,24. Para comparar o aumento, nos últimos 12 meses o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – principal referência de inflação no país – subiu 6,49%. Procurada por Zero Hora, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) não deu retorno sobre o assunto.
Na semana passada, o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, dissera que, desde a revelação da fraude, o consumidor não buscava mais preço baixo, mas marcas em que pudesse confiar. Por isso, não se importaria em pagar R$ 0,10 a mais por litro.
Para o cálculo da variação do preço, ZH pesquisou nove marcas à venda em quatro redes de supermercados da Capital. Os dados foram comparados com os valores colhidos anteriormente pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe) da UFRGS e pelo Movimento das Donas de Casa.
Terça pela manhã, diretores da Agas se reuniram com o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). O encontro teve como objetivo discutir a situação do setor após a divulgação da fraude. Amanhã, as entidades prometem medidas conjuntas para tentar devolver a normalidade ao mercado de produtos lácteos.
– Os supermercadistas foram muito pressionados a trocar os produtos. Mas agora não há nenhum item a ser retirado das gôndolas – afirmou o presidente do Sindilat, Wilson Zanatta.
Consumidor faz pesquisa de preços
Segundo o dirigente, até o fim do período de entressafra, que se estende até agosto, o leite está sujeito a novas elevações de preço, de acordo com a oferta e a demanda. Nas semanas anteriores ao escândalo da adulteração, porém, os aumentos semanais mal passavam de 1%. Na última semana, quase quadruplicaram.
– Se falta leite, o preço sobe. Se sobra, baixa. Não estamos fazendo esforço para pressionar o preço – ponderou Zanatta.
O consumidor já sente o impacto. A funcionária pública Lenesa Duarte ficou surpresa com a fraude. Terça, comentou já ter percebido o impacto do golpe no bolso.
– Estou fazendo pesquisa em diferentes lugares. O preço vinha aumentando faz algum tempo, mas na última semana a alta foi maior – constatou Lenesa.
A aposentada Oara Ourique Nascimento, de Bossoroca, que está na Capital para visitar a filha, também se assustou com a alta de preços:
– Agora, para comprar, só se for na promoção.
Subindo, subindo, subindo
O preço médio do leite longa vida integral em Porto Alegre teve forte alta
Última semana de abril: R$ 2,10
Primeira semana de maio: R$ 2,11 (alta de 0,47%)
Segunda semana de maio: R$ 2,15 (alta de 1,89%)
Terça-feira desta semana: R$ 2,24 (alta de 4,18%)
O preço mais barato do longa vida na Capital na comparação entre 30 de abril e 14 de maio
Supermercado A: R$ 1,98 e R$ 1,99, com variação de 0,5%
Supermercado B: R$ 1,85 e R$ 1,89, com variação de 2,16%
Supermercado C: R$ 1,67 e R$ 1,98, com variação de 18,56%
R$ 1,89 foi o valor mais baixo encontrado no levantamento de ZH de terça-feira, que envolveu nove marcas e quatro redes de supermercado, enquanto R$ 2,75foi o mais alto
Fonte: ZERO HORA


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