quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cerca de 300 pessoas estão desaparecidas no Rio Grande do Sul

 A auxiliar de cozinha Karina Braga da Rosa tem sempre à mão a foto em preto e branco da irmã Barbara, desaparecida desde 2010 Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS

Um drama da ficção tem servido para retratar uma chaga real que atinge milhares de famílias em todo o Brasil.

Enquanto o personagem Rodrigo (interpretado pelo ator Gabriel Braga Nunes) usa a ONG criada pela mãe para procurar uma paixão de infância na novela Amor Eterno Amor, familiares de desaparecidos buscam na divulgação de fotos de crianças e adolescentes sumidos ao final da atração da Rede Globo forças para persistir na tortuosa procura por informações.

No Rio Grande do Sul, o sistema da Polícia Civil não é preciso em relação ao número de desaparecidos, mas a estimativa é de que cerca de 300 menores de 18 anos tenham paradeiro desconhecido no Estado.

O desalento pela falta de notícias tem sido a rotina da auxiliar de cozinha Karina Braga da Rosa, 27 anos. A moradora do bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre, carrega o tempo todo na bolsa a reprodução em branco e preto de uma foto da irmã mais nova, Barbara Thayná Pedroso da Rosa, desaparecida aos 14 anos em janeiro de 2010. Barbara estaria hoje com 17 anos:

- Ela sumiu e nunca fez contato com alguém da família. Ela tinha 14 anos, não tinha namorado e estudava.

A auxiliar de cozinha se divide entre a casa, o trabalho à noite em uma churrascaria e a peregrinação em busca da irmã. A cada possível pista, informada por amigos ou conhecidos de Barbara, lá se vai Karina em busca da irmã, sem a companhia da polícia. O esforço até hoje foi em vão.

— Eles (polícia) dizem que estão fazendo de tudo — conforma-se.

Ainda que o número de ocorrências de desaparecimento sem conclusão nos últimos cinco anos seja de 830, o titular da Delegacia de Polícia para a Criança e Adolescente Vítima (DPCav), vinculada ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), Leandro Cantarelli Lisardo, ressalta que parte dos casos não é encerrada pelas famílias quando os familiares retornam ou são encontrados.

— Garanto que, desses 300 desaparecidos, a grande maioria não quer ser localizada, não quer voltar para o local de onde saiu. Normalmente tu tens um conflito que não é narrado pela família em um primeiro momento. É preciso analisar cada caso. — revela o delegado Lisardo, confirmando que a delegacia segue investigando o caso de Barbara.
Fonte: ZERO HORA

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