Pelo menos até a metade de 2014, a escassez da
farinha de trigo no mercado deve ser uma realidade. Nem mesmo a entrada da
safra brasileira do cereal deve alivar a pressão, segundo estimativa do
presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria, Massas
Alimentícias e Biscoitos do Rio Grande do Sul, Arildo Bennech Oliveira.
Diferentes fatores contribuem para essa projeção
que leva a outra notícia nada animadora para o consumidor. Produtos que têm na
farinha de trigo o principal ingrediente – caso do pão francês, por exemplo –
poderão ter nova alta até o final deste ano.
O primeiro item considerado por Oliveira nesta
equação é o término, no próximo dia 10, da isenção da Tarifa Externa Comum
(TEC) de 10%. A alíquota é cobrada para a importação do produto de países de
fora do Mercosul. É o caso de Estados Unidos e Canadá, mercados em que o Brasil
atualmente tem buscado o trigo que falta para abastecer as indústrias daqui.
– Para 2014, teremos de continuar comprando trigo
dos Estados Unidos e do Canadá – completa Oliveira.
Sem a isenção da taxa, a compra acaba ficando mais
cara. Além disso, a quantia a ser liberada pela Argentina para a exportação
ainda é uma incógnita – até dezembro, as vendas ao Brasil estão suspensas.
E, por fim, os problemas registrados na atual safra
paranaense – Paraná e Rio Grande do Sul são os maiores produtores nacionais do
cereal – por conta da geada devem provocar uma redução na produção final de lá
que pode chegar a 30%. Aqui no Estado, por enquanto, se mantém a projeção para
uma produção de 2,45 milhões de toneladas, bem acima das 1,89 milhão de toneladas
colhidas no ano passado, quando o clima foi o fiel negativo da balança.
FONTE: ZERO
HORA