quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Destino do Costa Concordia é incerto

Na ilha italiana de Giglio, o cruzeiro encalhado deitado sobre seu lado esquerdo lembrava o mundo, desde janeiro do ano passado, do vexaminoso naufrágio que matou 32 pessoas.
Ontem, no entanto, uma operação de 600 milhões de euros permitiu que, em 20 horas, o Costa Concordia fosse reerguido — para ser rebocado rumo ao desmanche.
Os trabalhos para endireitar o cruzeiro começaram pela manhã e terminaram às 4h locais (23h de Brasília), e envolveram uma manobra delicada: cabos de tensão e caixões d'água foram instalados a bombordo do navio e foram ligados a torres fixas na terra, com uma base de cimento dando sustentação à estrutura do navio. Os 24 cabos, puxados por macacos hidráulicos, recolocaram o navio em posição normal.
— Superamos a etapa mais importante, sem dúvida a mais difícil, não tínhamos um plano alternativo em caso de fracasso — comentou satisfeito o engenheiro sul-africano Nick Sloane, que dirigiu a operação de parbuckling, como é chamado o inédito processo.
O lado direito do navio, corroído pela água do mar, dá a dimensão do desastre: do lado de fora, musgo e ferrugem. Dentro, cadeiras amontoadas, cortinas rasgadas e pedaços de móveis. Depois, uma equipe de mergulhadores começará a procurar os restos mortais dos dois desaparecidos após o naufrágio: uma passageira italiana e um camareiro indiano.
Agora, a equipe de engenheiros volta sua atenção à flutuação: caixões de água serão instalados a estibordo para contrabalançar o peso, e os dois lados serão esvaziados de água para que a embarcação volte a flutuar.
"Capitão covarde" aguarda julgamento
Enquanto isso, o símbolo do naufrágio aguarda julgamento. Francesco Schettino, o "capitão covarde" que tentou abandonar o navio tão logo houve o choque contra os recifes de Giglio, pode ser condenado a até 20 anos de prisão, mas seu julgamento por homicídio e negligência foi adiado em julho.
Outros cinco oficiais acusados receberam penas de 18 meses até 2 anos e 10 meses de prisão após se declararem culpados diante da corte pelos mesmos crimes que Schettino.
E agora?
Depois de um ano e meio de cálculos, engenheiros conseguiram endireitar o navio. Agora, seu destino é uma incógnita
- O navio não será desmontado até depois da primavera, que começa em março no Hemisfério Norte, segundo Nick Sloane, o engenheiro que comandou a operação.
- O desmanche do navio virou uma questão política: alguns estaleiros disputam o trabalho, que criará centenas de empregos na região que recebê-lo: Civitavecchia, na região de Lazio, Piombino, na Toscana, Palermo, capital da Sicília, e Nápoles, capital da Campânia.
- Além de procurar os corpos dos dois desaparecidos, o indiano Russell Rebello e a italiana Maria Grazia Trecarichi, mergulhadores também tentarão recuperar bens pertencentes aos passageiros do cruzeiro que ficaram nas cabinas.
Fonte: Zero Hora

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