A revista Veja
publicou recentemente, em sua edição 2333, uma grande reportagem que demonstra
os números alarmantes de acidentes de trânsito no Brasil. A publicação
apresentou dados de um levantamento do Observatório Nacional de Segurança
Viária, feito com base nos pedidos de indenização ao Seguro DPVAT, que apontam
que o número de vítimas de trânsito é maior do que o registrado para homicídio
e câncer. Em 2012, a Seguradora Líder DPVAT registou um crescimento de 39% de
indenizações pagas com relação ao ano anterior. Os casos de invalidez
permanente representaram 69% do total e os pagamentos relativos às vítimas
fatais alcançaram um número superior a 60 mil.
Os
dados do Seguro DPVAT ainda chamam a atenção para a faixa etária das maiores
vítimas da violência no trânsito: 41% do total de indenizações pagas em
2012 foram para jovens entre 18 e 34 anos de idade. A revista aponta que
isso equivale a duas tragédias como a da boate Kiss, em Santa Maria (RS) por
semana ou ao dobro do número de médicos formados anualmente no país e a 90 em
cada 100.000 jovens adultos brasileiros.
A
reportagem destaca também a situação no Nordeste do país, que representou 27%
do total de indenizações de 2012, sendo metade deles relacionados a acidentes
com motos. A região é a campeã nacional em número de vítimas com menos de sete
anos sobre motocicletas, uma vez que é comum vermos nas ruas famílias inteiras
– pai, mãe e filhos – circulando em cima de uma mesma moto. A falta de
conscientização e fiscalização é um problema gravíssimo que leva a situações
extremas como a do Hospital da Restauração, no Recife, a maior unidade de
emergência médica da região, que chegou a ter 80% dos seus leitos ocupados por
vítimas de acidentes de trânsito.
Mas existem bons exemplos que poderiam ser seguidos no Brasil. De acordo com a
revista, na Alemanha, as mortes em acidentes de trânsito caíram 81% nos últimos
40 anos e o governo tem como meta fechar um ano inteiro sem nenhuma vítima
fatal. Além disso, a Austrália reduziu a mortalidade nas ruas e estradas em 40%
ao longo de duas décadas, enquanto a China alcançou uma redução de 43% no
número de mortes entre 2002 e 2011.
Precisamos mudar esse quadro com urgência. É
importante estarmos conscientes do nosso papel nessa mudança: fazer a nossa
parte, passar para outras pessoas as boas práticas e respeito no trânsito e
cobrar dos órgãos responsáveis maior rigor na fiscalização. Esse é um tema que
atinge a todos nós e que merece maior atenção. Vamos lutar pela paz no trânsito
e valorizar a vida!
FONTE: Revista
Veja